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domingo, 21 de junho de 2009

Sempre um papo apresenta: WILMAR SILVA

página 01 - ediçãon° 73 do Jornal Aldrava Cultural
Poema de Wilmar Silva

Convite

SEMPRE UM PAPO (ANO 23) APRESENTA :


WILMAR SILVA

(poeta e ativista cultural)


No debate e lançamento do livro:


ESTILHAÇOS NO LAGO DE PÚRPURA

Local: Palácio das Artes

Dia: 29 de junho de 2009 - segunda-feira

Horário: 19:30




Nasceu em Rio Paranaíba (MG), em 30 de abril de 1965. Encontra-se em Belo Horizonte desde 1986. Poeta, ator, dramaturgo, performer. Curador do projeto Terças Poéticas, que já entrevistou diversos poemas. As entrevistas estão publicadas na revista Germina.

Andou pelo Triângulo Mineiro, onde fez artes cênicas, criando e produzindo espetáculos em coletivo, encenou O Auto da Compadecida e quase toda Maria Clara Machado, além de Plínio Marcos e textos de primeira água do próprio autor, que estreou com Lágrimas & Orgasmos, 1986, lançado na Biblioteca Pública Luiz de Bessa, BH, MG. Poemas publicados em revistas e suplementos no Brasil e no exterior, Portugal, Itália, França, com traduções ao espanhol, italiano e francês. Encenou performances com pesquisa de linguagem física sonora: Pardal de Rapina, Desmarcado, Afrorimbaudelia, Solo a Solo, Subida ao Paraíso, Ais etc. Criou em 2002 em Belo Horizonte a Anome Livros, destinada a publicações de todos os gêneros e exercícios com a palavra e o papel. Poemas musicados, interpretados e gravados por Jorge Dissonância, Reynaldo Bessa, Anand Rao etc. Curador do projeto de poesia Terças Poéticas, da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais, parceria Suplemento Literário e Fundação Clóvis Salgado, nascido a 05 de julho de 2005 nos jardins internos do Palácio das Artes. Organizou o catálogo/antologia Terças Poéticas: jardins internos, lançado em 12 de dezembro de 2006, em Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil.

Bibliografia: Moinho de Flechas, 1994, prêmio Jorge de Lima de poesia da União Brasileira de Escritores , RJ; Solo de Colibri, 1997, prêmio Blocos de Poesia, RJ; Arranjos de Pássaros e Flores, 2002, finalista Concurso Nacional Cidade de Belo Horizonte; Cachaprego, 2004, prêmio Sociedade de Cultura Latina do Brasil; o último, Estilhaços no Lago de Púrpura, 2006, 2a edição em 2007; além do estranho (na denominação do autor) Anu, 2001, que tem poemas no Museu da Língua Portuguesa, SP. Participou das seguintes antologias: Antologia da Nova Poesia Brasileira, org. Olga Savary; A Poesia Mineira no Século XX, org. Assis Brasil; Fenda - 16 Poetas Vivos, org. Anelito de Oliveira; Pelada Poética, org. Mário Alex Rosa, etc. Organizou a antologia O Achamento de Portuga", Anome Livros, 2005.

Os desdobramentos neo-barrocos de Wilmar Silva expõem descrições fraturadas oriundas de muitas tradições, desde cânones que inclusive evocam para si cantares medievais, a rupturas imprescindíveis com as vanguardas históricas, em função da sobrevivência da própria poesia. Márcio Almeida

Página organizada por Salomão Sousa para o Portal de Poesia Ibero-americana.



TURVAÇÃO

o homem sórdido não é feito
de palha e milho — colchões de catre sim
são de palha capim e paina
madeira desenhada a nós

mas o homem sórdido é sorumbático
até o fundo vertiginoso da alma
não toma banho
apenas as mãos os olhos os pés
lava antes do sono

o homem sórdido espantou avoantes
dormiu no pomar e ficou silvestre
e não coloriu as íris de arco-
íris




Participe! Divulgue!

sexta-feira, 19 de junho de 2009

PALAVRAS DO do bisneto do Presidente "Affonso Penna" - Affonso Augusto Moreira Penna




PALAVRAS DO do bisneto do Presidente "Affonso Penna" - Affonso Augusto Moreira Penna



14/06/2009 – Centenário de falecimento do Presidente do Brasil AFFONSO PENNA – Pronunciamento do seu bisneto Affonso Augusto Moreira Penna, à beira do mausoléu que guarda seus restos mortais, no pátio interno do Memorial Affonso Penna – Santa Bárbara / MG

Permitam-me os caros parentes e amigos aqui presentes que me dirija ao Presidente Affonso Penna, à beira do seu mausoléu. Faço-o desta forma pois ele e suas lições de vida estão vivos em minha mente.

Meu querido bisavô,
Quanta responsabilidade em lhe falar em nome da família ! Faço minhas as palavras de meu avô – Affonso Penna Junior – ao se referir ao senhor, em discurso de paraninfo da turma de 1920 da Faculdade de Direito em Belo Horizonte (hoje UFMG):
“Daquele a quem a bondade de seus pares tem conferido as honras de fundador desta Casa, daquele cujo nome sem mancha eu tenho a difícil honra de trazer sem deslustre...”.

Meu caro bisavô,
O senhor pronunciou, antes de cerrar os olhos, ao ouvido do ilustre médico Dr. Miguel Couto: DEUS, PÁTRIA, FAMÍLIA E LIBERDADE.
Suas palavras representam uma admirável síntese da sua vida. Cito apenas algumas, dentre múltiplas demonstrações dos seus magnos princípios.

Em primeiro lugar o senhor falou em DEUS. Além da formação religiosa, propiciada em casa pelo exemplo de seus pais, o senhor cursou o ensino fundamental no admirável Colégio do Santuário do Caraça, sob as graças da N.Sra. Mãe dos Homens.
Em 1894 o senhor, na qualidade de Presidente (hoje Governador) do estado de Minas Gerais, disse em sua última mensagem ao Congresso mineiro: “Quando em outros estados da República as paixões políticas, ladeadas de ambições desmarcadas, agitam a sua vida pública, fazendo explosões violentas que se traduzem na luta armada, Minas entrega-se ao trabalho, à exploração regular dos elementos naturais de riqueza de que é dotado, gozando de paz e tranqüilidade, pelo que devemos render graças ao Todo Poderoso. Sim, é no sentimento religioso do povo mineiro, nas suas tradições democráticas, nos seus hábitos inveterados de ordem, de amor à liberdade e de respeito à lei que encontramos a explicação da sua felicidade, no meio das agitações que têm conturbado a vida pública em grande número de estados da República.”

Em 1895, após declinar, por motivos familiares, de convites para vários cargos no governo do Presidente Prudente de Morais, o senhor escreveu para David Campista: “ O Dr. Prudente voltou à carga convidando-me para presidente do Banco da República (atual Banco do Brasil). Pedi-lhe que me escusasse e que eu não recusava peremptoriamente por me sentir vexado de não poder até agora atendê-lo em seus honrosos convites. Já se exploravam minhas recusas em detrimento do governo e até atribuiu-se-me o propósito de reservar-me para mais altos destinos! Como se eu fosse ambicioso e de mais a mais inepto, mostrando desconhecer as terríveis dificuldades que assoberbam o lugar de Presidente da República. Entendi, pois, dar público testemunho de apoio ao governo e vou entrar para uma casa de marimbondos. É o menos que espero lá encontrar; mas Deus há de permitir que eu cumpra meus deveres com a honestidade de costume. Nestes 15 dias irei para o Rio...
O senhor, mesmo no exercício da Suprema Magistratura da Nação, ia todas as quintas-feiras à casa dos padres lazaristas, seus antigos mestres no Caraça, em Botafogo / Rio de Janeiro, para confessar-se. Nunca faltava às missas dos domingos. Como disse o Professor e Acadêmico Américo Jacobina Lacombe: “Foi o primeiro presidente que praticou publicamente sua fé.”

A seguir o senhor falou na PÁTRIA.
No sentido mais amplo de pátria, ela engloba a nação, seu estado e cidade natal. E o senhor sempre demonstrou seu nobre sentimento de patriota, mineiro e santa-barbarense.

No mesmo dia em que o senhor foi empossado pelo Congresso Nacional, presidido pelo ínclito Ruy Barbosa, ou seja, em 15 de novembro de 1906, escreveu de próprio punho um telegrama para a Câmara Municipal de Santa Bárbara, dizendo: Ao assumir a Suprema Magistratura da República sinto necessidade de enviar ao modesto, laborioso e honrado povo do Município de Santa Bárbara, que me prestou sempre carinhoso e dedicado apoio na vida pública, afetuosas saudações, relembrando com saudade os dias felizes que passei na boa terra de meu berço.”
Quando o senhor precisou fazer um tratamento com as águas medicinais das fontes mineiras, escreveu, em Lambari, uma carta familiar dizendo: “Em uma laranjeira cantava suave e saudoso o sabiá. Parei para ouvi-lo e meu pensamento voou para minha casa em Santa Bárbara, onde sob o ar balsâmico da flor da laranjeira ouvi tantas vezes, junto dos meus, o canto triste do rouxinol brasileiro. Que saudades tenho desses belos tempos ! Não conhece a felicidade quem não bebeu o ar dos campos e só tem vivido a vida agitada e tumultuosa das grandes cidades. Nesses centros falta-me o ar, sinto-me asfixiado.”


Meu caro bisavô,

Após ler suas palavras pedi à Prefeitura de Santa Bárbara, e esta prontamente aquiesceu, para plantar uma laranjeira em local próximo de seu mausoléu. Estou certo de que os sabiás virão homenagear seu mestre passarinheiro !

Em 5 de julho de1890 o senhor, antigo Ministro e Conselheiro do Império, ao ser comunicado de que faria parte da chapa para Senadores da Constituinte mineira, assim se expressou: “Desde que ninguém cogita, nem pode razoavelmente cogitar de restauração monárquica, o que cumpre é organizar uma lista de nomes dignos de representarem o nosso Estado, o mais importante da União, com brilho e proveito para a causa pública, sem atender a procedências partidárias.”


E o senhor foi o relator e líder da Constituição mineira. Naquela oportunidade o senhor disse: “Pessoalmente eu desejaria ver acabado o meu mandato no dia em que fosse promulgada a Constituição. Saindo do Senado, entraria em minha casa onde iria cumprir outros deveres. Mas acima desta aspiração de descanso, eu coloco os interesses do grande estado de Minas Gerais.”
Em 30 de maio de 1892 o senhor foi eleito, praticamente por unanimidade, e empossado em 14 de julho do mesmo ano, no cargo de presidente do estado de Minas Gerais, sucedendo a Cesário Alvim. Era então presidente da República o Marechal Floriano Peixoto. Este estava rodeado de jacobinos que não aceitavam o fato do estado de Minas ser presidido por um político eleito. Queriam, a exemplo de outras unidades da Federação, que fosse nomeado um delegado do Governo central. O senhor, com a tradicional habilidade mineira, evitou o golpe contra a democracia. O Coronel Teles, comandante do Batalhão 31 em Minas, que conspirava contra seu governo, foi removido para Bagé. Em fevereiro de 1893 estourou a rebelião dos federalistas do Rio Grande do Sul, que agindo contra o governo federal, queriam penetrar em Santa Catarina e no Paraná, atingindo São Paulo. Em abril do mesmo ano o senhor, em defesa da Pátria, manifestou a posição mineira antagônica aos movimentos contra a estrutura da ordem. Em setembro rompeu a Revolta da Armada com posição monarquista. O governo central decretou o estado de sítio. O senhor evitou que Minas Gerais fosse atingida. O estado acolheu os perseguidos políticos. O senhor, em nome da ordem, se colocou ao lado do Marechal Floriano Peixoto. Criticou o militarismo pretendido por maus componentes do Exército ou da Armada que se julgavam árbitros da Nação. Em magistral manifesto aos seus coestaduanos o senhor disse: Sabem todos que não aplaudi, e, antes, lamentei a revolução de 1889, que destruiu a Monarquia, então representada pelo grande patriota D.Pedro II, homem de grande saber e serviços. Previ as agitações que seguir-se-iam a esse fato e nada do que contemplo, com profundo pesar, em nosso país, surpreende-me. Compreendi, porém, desde logo, que a Monarquia não poderia mais ser restaurada em condições de dar-nos paz, ordem e encaminhar o país a seu engrandecimento. Estava quebrado de vez o seu prestígio e os elementos novos que vieram tomar o seu lugar jamais se deixarão eliminar em país americano no fim do século XIX. Em tais condições, a restauração teria como consequência fatal o esfacelamento da grande Pátria brasileira, desastre que todo patriota deve evitar com o maior esforço....”
Em uma de suas cartas ao Marechal Floriano Peixoto, durante a tormenta, o senhor escreveu: “...Não serei eu, por certo, quem concorra para a prática de atos que possam produzir abalo fundo em nossa Pátria...”
Em decorrência de seus atos patrióticos o Marechal Floriano Peixoto lhe concedeu o título honorífico de General de Brigada. Sua bela farda branca, com as ombreiras originais e sua espada, foram doadas em 1928 por seu filho Affonso Penna Junior ao acervo do Museu Mariano Procópio, localizado em Juiz de Fora. Tive a honra de vê-las em visita recente que fiz.
Ao passar o governo de Minas Gerais ao seu sucessor – Dr. Bias Fortes – o senhor entregou-lhe um documento em que disse: “... Desejo-lhe todas as felicidades e que, ainda uma vez, preste ao nosso Estado os serviços do seu patriotismo, ilustrando cada vez mais seu honrado nome. Da minha parte tenho a consciência de haver empregado os esforços de que sou capaz, para zelar e defender os interesses de Minas durante os dois anos de governo atribulado e afanoso, que me couberam....”


Nas suas palavras finais o senhor, em seguida, falou FAMÍLIA. Ao longo de sua vida o senhor praticou as diversas facetas do amor familiar, característica marcante do povo mineiro: o amor aos pais, o amor à esposa e o amor aos filhos. No caderno de anotações iniciado por seu pai – Domingos José Teixeira Penna – em que ele mencionava os eventos familiares (casamentos, nascimentos, batizados, falecimentos), o senhor registrou de próprio punho: “Às duas horas da madrugada do dia 30 de junho de 1859 (comentar: Affonso Penna tinha apenas 11 anos e meio) , faleceu meu pai, deixando ainda menores todos os filhos do 2º matrimônio. Minha mãe tratou de educá-los, e mostrou um criterioso tino e coragem pouco vulgares no seu seio. Só eu segui a carreira literária, e já me havia destinado na Faculdade de São Paulo quando faleceu minha mãe. Este triste acontecimento teve lugar às 10 horas e um quarto da noite de 7 de julho de 1872 na cidade de Mariana. Minha mãe foi sepultada na Igreja de São Francisco em meio das sepulturas da Capela mor no lado direito. Foi uma perda que profundamente impressionou-me.”
Após sua eleição e antes de ser empossado na presidência da República o senhor fez longa viagem pelo país, para conhecer e discutir soluções dos problemas nas diversas regiões do país. De 16 de maio a 27 de agosto de 1906 o senhor percorreu 16.112 km por mar, rios e lagoas; 5.347 km em estradas de ferro, num total de 21.459 km. No mesmo dia da sua partida do porto do Rio de Janeiro, o senhor escrevia para sua esposa: “Querida Mariquinhas...Na imensidade dos mares meu coração, o meu pensamento estarão sempre junto da adorada companheira, da dedicada amiga e virtuosa esposa que tem feito a felicidade da minha vida. A tua inesgotável bondade me perdoará fazer-te sofrer, ausentando-me por tanto tempo ...Vou tranquilo pois sei que tuas orações e dos amados filhos me acompanharão por toda parte....Confio que o Cuquinho e as duas colegiais terão mitigado, com suas atenções e meiguices, a falta que sentes do Negrão e que os netinhos a ajudem nesse mister. O Tavo sempre bonzinho e amoroso vem ver-me todos os dias, no que é imitado pelo Dão. O Álvaro vai bem e muito me tem ajudado em responder cartas, telegramas, receber visitas etc. Deves ter tido notícias minhas telegráficas todos os dias, por intermédio do Edmundo. Ceição passa bem ? Abençôo os filhos e netos e envio-te um apertado e saudoso abraço. Teu, sempre teu, Negrão.”
Em outra carta, quando percorria o Amazonas, a bordo do vapor “Maranhão”, o senhor escreveu: “...Só, no meu gabinete, o espírito atravessa os mares e vai para Belo Horizonte ou Santa Bárbara, à procura dos entes queridos que lá estão. Os olhos enchem-se de lágrimas e os lábios murmuram uma prece para que DEUS proteja a minha querida gente, Que saudades !

Durante todo o tempo de sua longa viagem o senhor escreveu constantemente para sua querida esposa Mariquinhas. Nas cartas e telegramas sempre expressou seu acendrado amor por ela e por seus filhos.

Exercendo o cargo de Presidente da República o senhor continuou a manter frequente correspondência com seus manos e demais parentes que residiam em Santa Bárbara e cercanias.


Meu caro bisavô,
Sua palavra derradeira, em seu leito de morte, foi LIBERDADE.
Como nos contou a escritora Joana D´Arc Torres de Assis em seu artigo – “Quando alguém se torna grande” – “D. Regina, sobrinha neta de Affonso Penna, nascida no final do século XIX em São Gonçalo do Rio Abaixo (área que pertencia a Santa Bárbara), e lá criada, contava o caso, e era desses que sempre circulam em família. É o seguinte: - quando Affonso Penna chegou à pré-adolescência, seu pai, Domingos José Teixeira Penna, comerciante e também dono de mineração de ouro em Santa Bárbara, chamou o filho para aprender o ofício de minerar. Levou-o para a beirada do rio, onde os escravos bateavam, e foi lhe passando as primeiras lições. Depois, disse ao filho que ia resolver um negócio numa fazenda lá perto e que ele fiscalizasse o serviço até seu retorno. O menino passou a observar com maior atenção os escravos, que bateavam no rio com água até a canela. Entre eles, notou uma mulher que inclinava o corpo com grande dificuldade para tirar o cascalho do leito do rio. Ela era nova; tanta dificuldade era por quê? Olhou mais e entendeu: a escrava estava em adiantado estado de gestação. Imediatamente, chamou-a e mandou que fosse para casa e ficasse sem batear enquanto durasse o período de sua gravidez. O feitor, claro, discordou. A ordem do pirralho era um disparate. Todas as escravas sempre trabalharam estando grávidas. Obrigação de escravo nunca fazer corpo mole. E, contrariando o filho do patrão, ordenou que a gestante voltasse à bateia. Affonso Penna não se deu por vencido. Engrossando a voz, exigiu ser obedecido. Afinal, seu pai lhe dera poder para aquilo quando o deixou em seu lugar. Foi tão firme que o feitor se curvou. Ao regressar, Domingos Penna não apenas acatou a decisão do filho, mas estendeu tal direito a todas as escravas de sua propriedade que estivessem naquela mesma condição.”

Ainda no tempo do Império, no Rio Grande do Sul, um jornal publicou a notícia – “reuniram-se oficiais e alunos da Escola Militar e foram a palácio pedir a demissão de um professor da Escola Normal, que era redator de uma gazeta alemã.” O presidente do estado, que era o Marechal Deodoro da Fonseca, demitiu o professor. Em 30 de setembro de 1886, como deputado do Partido Liberal, o senhor falou na Câmara: “Isto é muito grave, Sr. Presidente. Se a força armada, se a oficialidade do exército e os soldados, sentindo-se ofendidos por uma publicação na imprensa, reúnem-se e vão perante o comandante das armas, presidente da província, exigir reparação, exigir a demissão de um empregado público, qual é a garantia que nos resta?”
Em 1887, no Parlamento Imperial, o senhor apresentou e defendeu acirradamente um projeto extinguindo os castigos corporais na Armada, tal como já ocorrera no Exército em 1874 e para os escravos em 1886. Na defesa de seu projeto o senhor disse “ser um absurdo que tais castigos permaneçam para os que vestem a farda para defender a honra nacional.”
Lamentavelmente seu projeto, ainda na fase imperial, somente foi obedecido mais de vinte anos mais tarde, após a famosa “Revolta da Chibata”.


Meu caro bisavô,
Após sua morte os mais ilustres brasileiros lhe prestaram homenagens. Dentre as múltiplas delas, uma das mais expressivas é a que o grande homem público, o baiano Ruy Barbosa, pronunciou em 15 de junho de 1909, em sessão solene do Senado Federal, referindo-se ao senhor: “...Se o serviço público tem os seus mártires, nunca dessa experiência assistimos o mais singular exemplo.”

Meu querido bisavô,
Termino usando as mesmas belas palavras que o senhor utilizava no final das cartas aos seus diletos colegas de turma da Faculdade de Direito, no Largo de São Francisco – São Paulo:

“EX – CORDE”, ou seja “DE CORAÇÃO”, seu admirador e bisneto Affonso Augusto.

VIVA AFFONSO PENNA ! VIVA SANTA BÁRBARA ! VIVA MINAS GERAIS ! VIVA O BRASIL !

terça-feira, 16 de junho de 2009

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Santa Bárbara demonstra competência na restauração do Memorial Affonso Penna

Mausoléu Affonso Penna
Andréia Donadon Leal, Neta do Affonso Penna e Bisneto Affonso Penna

Grupo Cantares

Cerimonial - Bisneto de Affonso Penna - recebe Medalha do Mérito "Affonso Penna"



Morador Santabarbarense conta história de Santa Bárbara



Teto restaurado do Memorial Affonso Penna



Vista parcial do Memorial


Vista parcial do Memorial- Mausoléu


Vista parcial do Memorial



Interior do Memorial Affonso Penna


Santa Bárbara demonstra competência na restauração do Memorial Affonso Penna

No último dia 13 de junho, foi inaugurado o Memorial Affonso Penna, que irá funcionar na Casa Grande, localizada no centro histórico, onde nasceu e viveu o primeiro mineiro a assumir a presidência do Brasil eleito por voto direto.
Para festejar a inauguração, foi entregue a Medalha do Mérito Affonso Penna, para as pessoas que contribuíram com o desenvolvimento do município. Após a entrega, foi realizada uma apresentação do instrumentalista Marcus Viana. A solenidade recebeu a presença de diversas autoridades do país, além de representantes da família Penna. O Instituto Brasileiro de Culturas Internacionais de MG participou da inauguração do MEMORIAL AFFONSO PENNA NA TRICENTENÁRIA SANTA BÁRBARA.
No dia 14 de junho, aconteceu a tradicional alvorada, com repique dos sinos, e uma edição do Anda Brasil, projeto da Federação Internacional de Esportes Populares, que contou com a participação de 39 países, integrando 16 milhões de caminhantes em todo o mundo. A largada aconteceu às 8h, na Praça Cleves de Faria, no Centro Histórico. Na ocasião, os participantes passaram em frente ao Memorial Affonso Penna. Às 9h foi realizada uma missa de ação de graças pela passagem do centenário de falecimento de Affonso Penna, na Matriz de Santo Antônio e, às 10h, uma cerimônia de homenagem no Mausoléu do presidente.


Breve biografia de Presidente Affonso Penna:

Nascimento: 30/11/1847 em Santa Bárbara do Mato Dentro (hoje apenas Santa Bárbara) / MG.
Cursou o ensino fundamental, como interno, no famoso Colégio do Caraça (próximo de Santa Bárbara), fundado no Império por padres lazaristas.
Curso universitário: Faculdade de Direito da USP / Largo de São Francisco - São Paulo. Diplomou-se na turma de 1870, tendo como colegas, entre outros: Ruy Barbosa, Rodrigues Alves, Joaquim Nabuco, Bias Fortes. Castro Alves não concluiu o curso. Affonso Penna foi o único da turma a defender tese - "Letra de Câmbio" – recebendo o grau de doutorado em 1871. Ainda como estudante, redigiu vários artigos sobre matérias jurídicas na revista "Imprensa Acadêmica".
Foi um dos fundadores, em 1892, da Faculdade Livre de Ciências Jurídicas e Sociais em Ouro Preto, onde foi Diretor e professor catedrático de Economia Política e Ciência das Finanças. Entre outros, exerceu os cargos de: Conselheiro e Ministro de três pastas do Império (Agricultura e Viação, Guerra e Justiça), Deputado Estadual de Minas Gerais, Deputado Geral pelo Partido Liberal, Senador, Presidente do Banco da República (atual Banco do Brasil), Presidente do Estado de Minas Gerais, Presidente do Conselho Deliberativo de Belo Horizonte (cargo correspondente ao de Prefeito).Vice-Presidente e Presidente da República.
Em seu leito de morte, no Palácio do Catete, Affonso Penna murmurou ao ouvido do ilustre médico Dr.Miguel Couto, a síntese dos valores maiores da sua vida;
DEUS, PÁTRIA, FAMÍLIA E LIBERDADE”.
Falecimento: 14/06/1909 no Palácio do Catete / Rio de Janeiro / RJ, hoje sede do Museu da República.
Ruy Barbosa, em discurso no Senado Federal, reunido em sessão solene, assim se referiu ao Presidente Affonso Penna:
Se o serviço público tem os seus mártires, nunca dessa experiência assistimos o mais singular exemplo.”

terça-feira, 9 de junho de 2009

Medalha Comemorativa dos 200 anos da PMERJ

Andréia Donadon e Elvandro Burity (membro de diversas academias e instituições)

Agraciadas

Andréia Donadon e a Tenente Coronel da PMRJ Cátia Boaventura


Agraciados com a Medalha Major Portugal


Elvandro Burity e Andréia Leal


Dra. Maria Amélia - Secretária-Geral da Academia Luso-Brasileira de Letras


Autoridades: Elvandro Burity, Tenente Coronel Cátia Boaventura, Dr. Eduardo Gomes de Souza, Eliane Mariath Dantas e Dr. J.B. Donadon-Leal


Público



Vanda, Vanise e Andréia



Medalha Comemorativa dos 200 anos da PMERJ

A Loja Maçônica Grande Oriente do Brasil no Rio de Janeiro e a Polícia Militar do RJ, outorgaram no último dia 08 de junho de 2009, na sede da Confederação das Academias de Letras e Artes do Brasil, às 16 horas, a Medalha Major Portugal, comemorativa dos 200 anos de Fundação da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro. A Cerimônia foi presidida pelo Grão Mestre Dr. Eduardo Gomes de Souza. Entre as personalidades premiadas está a artista visual mineira aldravista, Andreia Donadon Leal, por ter honrado o nome do Brasil ao levar a arte brasileira em exposições internacionais de artes plásticas e ao vencer um concurso internacional de artes visuais no ano de 2008 na Europa; Dra. Marilza de Castro (Presidente do InBrasCI e de diversas entidades literárias e culturais) pelo trabalho em prol da Cultura da Paz; Dra. Maria Amélia Palladino (Secretária-Geral da Academia Luso-Brasileira de Letras), Yara Vargas (Presidente da Academia Guanabarina de Letras) e outras personalidades culturais

A Medalha foi concedida ao Museu do GOB, ao Museu do GOB-RJ, ao Museu da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, Maçons, Policiais Militares e Personalidades Civis e Militares que se destacaram na vida maçônica, policial ou civil, por relevantes serviços prestados a Polícia Militar, a Sociedade ou na Construção da Cultura da Paz.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Dr. Mário Carabajal


Dr. Mário Carabajal outorgando o título de Doutora Honoris Causa a Andreia Donadon Leal, Clevane Pessoa, Dra. Marilza de Castro e Sílvia de Araújo Motta.

Doutoras Honoris Causa

Andréia e Sílvia Motta
Marilza e Andréia Donadon

Clevane Pessoa e Andréia Donadon




MULHERS DE MINAS E DO RIO DE JANEIRO RECEBEM O TÍTULO: DOUTORAS HONORIS CAUSA

CLEVANE PESSOA DE ARAÚJO LOPES (Belo Horizonte), MARILZA DE CASTRO (Rio de Janeiro) ANDRÉIA DONADON LEAL (Mariana), SÍLVIA MOTTA (Belo Horizonte) RECEBERAM O MAIS ALTO TÍTULO E HONRARIA DA ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL NO ÚLTIMO DIA 30 DE MAIO DE 2009.

Após indicação do Conselho Superior Internacional da Academia de Letras do Brasil, representado pelo Dr. Mário Carabajal e Dra. Manuela Cacilda, a Presidente Fundadora da Academia de Letras do Brasil - em Mariana-MG, Andréia Donadon Leal, recebeu o comunicado oficial da instituição que seria condecorada com um dos mais altos títulos: Doutora Honoris Causa - Philósofa Imortal, em reconhecimento a sua produção Univérsica/Filósofo/Literária/Artística e repercussões internacionais. A mesma indicou duas pessoas de outras cidades para receberem o galardão: a poeta e ativista cultural de Belo Horizonte: Clevane Pessoa e a Presidente do Instituto Brasileiro de Culturas Internacionais - Dra. Marilza de Castro - Rio de Janeiro, em reconhecimento a divulgação, promoção e produção literária/artística e humanismo no país e exterior. A Presidenta do Clube Brasileiro da Língua Portuguesa, Sílvia de Araújo Motta, também recebeu o título por ser Membro Nacional da Academia de Letras do Brasil em Minas Gerais desde 2005.

Ph.I – Philosofia Imortal - criado e instituído internamente, com orientação, defesa e abrangência a toda organização da Academia de Letras do Brasil; - objetiva “privilegiar” com o mais alto título e honraria interna, Philósofo Imortal, os Membros que sistemicamente, fundamentados e embasados em princípios de pesquisas, após curso interno, defendam Teses, junto a Direção Científica Nacional ou Comissão Mista, com Membros Internos e ou Externos, a critério da Direção Científica Nacional. Como base, ao convite de Membros à constituirem estas Comissões, a linha de pesquisa do Postulante, sem perda da “Visão Philosófica de Causas Humanas Imortais; centro este, dos objetivos do Postulante e finalidade psicomaturacional científica da Organização aos detentores deste título. Após o curso em Fhilosofia Imortal, a critério da Direção Científica Nacional, a Comissão de exame e defesa de Teses, nomeada para este fim, procederá crono-organogramicamente, quanto ao dia, hora, local e meios a defesa da Tese. Competindo a Comissão Nomeada, utilizar-se dos recursos atuais tecnológicos da multimídia, a facilitar a apresentação e defesa da Tese. Em locais, onde não exista corpo científico interno, à nomeação da Comissão de Exame, poderá ser disponibilizado canal tecnológico, com observação do local de defesa via Web-Can, ou Membros Internos Fiscalizadores, enquanto o Postulante, mantém-se em Teleconferência de Defesa de Tese, a partir da multimídia moderna. Os pesquisadores, não Membros, poderão se matricular e virem a Diplomarem-se como Philósofos Imortais – Ph.I, comprovando, como pré-requisito, serem portadores de Diploma dos cursos de Mestrado e ou Doutorado em Instituições externas a Academia de Letras do Brasil, cientes que este título, Ph.I – Fhilósofo Imortal, é uma honraria interna da ALB, de uso em todas as instâncias da Instituição no âmbito Nacional e Internacional. Reconhecido o título, pela ALB, seus Conselhos, extensões e Membros, como o último estágio, até o presente, tangível ao conhecimento cultural e científico humano, alcançado por seus portadores, em consonância com os dispositivos Estatutais e Regulamentares internos da ALB.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Programação do Festival de Inverno Ouro Preto e Mariana - 2009

Clique duas vezes na imagem para visualizar:
CONHEÇAM A PROGRAMAÇÃO DO FESTIVAL DE INVERNO OURO PRETO E MARIANA - 2009.
Curadoras: Cláudia Gomes Pereira e Hebe Maria Rôla Santos
Seguem abaixo os quadros com toda a programação de Literatura.
Festival de Inverno de Ouro Preto e Mariana – 2009







Outro Eventos

1- Lançamento de Livros: Sempre às quintas-feiras, de 17 às 19h
Local: Café Livraria Cultural (FIEMG), na Praça Tiradentes, Ouro Preto.


09/05 – Coroa em branco e preto, de Elizabete Tassi Teixeira.

Elizabete Tassi Teixeira é psicóloga e escritora. Autora de Hotel Tassi (1991), A mulher do armário e Azul Paranaguá (1995); A grande delícia (1998), Adágio das rosas, Noturno em Segóvia e A bailarina (2000); Antaquera ou o jogo das varetas dos olivais (2004) e Merkabah (2008).
Coroa em branco, seu último livro, foi escrito em Ouro Preto, e é um passeio poético pela história desta cidade. Nele, ao abordar temas como escravidão, opressão e saudade, Elizabete faz ressurgirem personagens e costumes da Vila Rica de outrora. Como afirma em seu prefácio Antônia Schinden, “O que temos aqui é, para muito além de uma visita a um espaço histórico, um recolher de vozes seculares que se fazem ouvir nas subidas e descidas das ladeiras, nas viradas das esquinas, no jorrar das fontes, atrás das portas das pousadas, nos átrios das igrejas”.

16/05 – Pipocas, de João Victor Velloso.

João Victor Faria Velloso é mineiro de Pedra Azul. Dentista e escritor, venceu o concurso BDMG Cultural de Poesia, em 2005, do que resultou o livro Minas em mim, publicado naquele ano. Em 2008, participou da coletânea Micro-contos Pitanga, publicada em Portugal pela escritora angolana Luísa Coelho.
Segundo o autor, Pipocas é um dicionário quase etimológico das Gerais entremeado por diversos circunlóquios que fazem algum sentido. O livro, ou dicionário, como quiser o leitor, é leitura quase obrigatória para quem quer saber um pouquinho sobre as especificidades do típico “falar mineiro”.




Reunião do InBrasCI



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CONVITE
O InBrasCI comunica e convida V. Ex., parentes e amigos para a sua reunião a realizar-se a 04 de junho de 2009, às 16 horas, no auditório da CONFALB, Rua Teixeira de Freitas, nº 5, 3º andar, sala 303.

PROGRAMA:
· Canção do InBrasCI (em CD)
· Abertura pela Presidência
· Hinos: Nacional Brasileiro e Português e do InBrasCI
· Chama simbólica da Paz/música Luz, Paz, Amor
· Homenagem ao mês de junho e suas datas
· Ata da reunião de Diretoria (leitura)
· O InBrasCI Nacional nos eventos culturais de BH e Mariana, MG
· Palestra “ A América Latina, suas questões e sua importância para o Mundo” – Prof. Robim Santos Leão de Aquino / Apresentação do palestrante: Diretora Maria Augusta dos Santos
· Entrega de Certificado
· Avisos e convites:
- anuidades
- antologia InBrasCI
- projeto livro infanto-juvenil
- Salão do Atmaísmo
- Carteira InBrasCI
• Hora de Arte
• Encerramento
• Coquetel