Pela Cultura,
para a Paz, através do Amor !
ABRIL, 2011
Abrindo o Jornal “O Globo” de sexta-feira, 15 de abril de 2011, página 7 do encarte OPINIÃO, encontro, entre outros, o artigo de Nelson Motta “A dor como espetáculo”, que retrata a intimidade do sofrimento do indivíduo oferecida publicamente pela mídia, em busca de fama e fortuna como ele mesmo o diz e onde, em determinado trecho, se lê “Uma das coisas mais tristes a que nos habituamos a ver são imagens de pessoas em momentos de extrema dor e comoção, diante de uma câmera que espera o choro para fechar o zoom nas primeiras lágrimas. Covardia? Exploração? Informação? Pode ser tudo isto, mas ninguém é obrigado a ver. Ultimamente, se não há possibilidade de um real gesto solidário, não vejo mais: baixo os olhos com pudor japonês, mesmo sozinho em casa diante da TV.”
Nós aqui compreendemos que a informação do fato em si precisa chegar ao povo, mas jamais ser explorado o sofrimento humano, muito mais repetidamente com as mesmas imagens e praticamente os mesmos pronunciamentos, alardeando essa dor, que até incentivam, fazem crescer com esse “propagandismo da desgraça alheia”, mas que não faz crescer a solidariedade das pessoas como pode parecer, portanto, não serve de desculpa para ser utilizado.
A par da informação de um triste fato que atinja parte da população, ou apenas um indivíduo, o que a mídia precisa fazer, se quer realmente participar da ajuda a quem foi de alguma forma atingido por uma desgraça, é justamente providenciar ela própria essa ajuda, ou incentivar Entidades governamentais ou não e à população em geral a se movimentarem para tanto. Isso é válido, essas imagens de auxílio devem ser mostradas, os textos de exaltação à fraternidade devem ser em profusão apresentados e dessa forma estará sendo exercido o direito e o dever de SOLIDARIEDADE humana, o mandamento único de Deus que resume todos os antigos mandamentos: o do Amor Universal – quem ama a si mesmo e ao próximo, jamais cometerá um ato de maldade, jamais deixará de ser solidário realmente e a imprensa em geral tem por obrigação divulgar, exercer e difundir esse Amor por todos os meios a seu alcance e não exibir escancaradamente os vários tipos de violência, como vem fazendo: noticiar o fato é uma coisa, fazer dele um ato de propaganda do próprio órgão divulgador é outro; se é para fazer propaganda, faça-se a propaganda do Amor, que nos levará à Paz, exterminando a violência por si mesma, condenada pela mídia ao ostracismo.
A palavra sobre solidariedade vem do amigo do InBrasCI Marcial Salaverry, poeta e cronista de Santos,SP:
A solidariedade é tão necessária, que até os eremitas precisam
da solidariedade de Deus para sobreviverem...
Osculos e amplexos,
Marcial
NÃO PODEMOS ESQUECER A SOLIDARIEDADE
Marcial Salaverry
Infelizmente a solidariedade é algo que na vida moderna começa a ser relegado a plano secundário, e isso é devido à luta pela subsistência, que parece impelir as pessoas a tentar conquistar coisas, na base do custe o que custar, mesmo que se tenha que prejudicar alguém.
Solidariedade, na realidade, é uma palavra simples, bastante comum, mas que em verdade encerra em seu contexto um sentido muito profundo, já que significa algo que pode representar a vida para muitos, pois no âmago da questão, tem um sentido moral muito amplo, que sem duvida alguma, nos vincula ao sentido da vida.
Representa uma ação ou um pensamento feitos em conjunto, quando devemos nos esquecer da individualidade da vida. Esse é um dos conceitos da solidariedade, um pensar solidário, e não solitário.
Da mesma maneira que precisamos ser solidários, cumprindo nosso papel, desejamos sentir essa mesma solidariedade para conosco. É algo que deve sempre andar em estrada de duas mãos, já que encerra uma relação de responsabilidade mútua, onde todos buscam um interesse comum, fazendo com que cada qual se sinta na obrigação moral de oferecer seu apoio aos outros.
Para poder dizer que somos solidários, temos que estar sempre presentes e dispostos, mesmo que não sejamos solicitados. É o fato de sermos voluntários, sempre quando for necessário.
Sempre que nossa presença for necessária, não poderemos ter hora para partir, mas sim permanecer ao lado, enquanto nossa presença for imprescindível, esquecendo-nos mesmo de nosso conforto, em nome da solidariedade.
Muitas vezes a solidariedade se demonstra com palavras.
Quantas vezes pessoas nos procuram em busca de uma palavra de conforto, precisando, como se diz, “de um colinho”. E esse colinho deve ser dado, devemos ouvir com atenção e carinho as mágoas, cujo desabafo pode até ser vital para alguém.
Esse é o real sentido da solidariedade, principalmente quando prestada no anonimato. Sem que se fique alardeando aos quatro ventos o que se fez em benefício de outrem. A mão esquerda não deve saber o que a direita faz, e ponto final. Basta a satisfação íntima de ter feito sua parte. Basta saber que seus atos beneficiaram a alguém.
Assim agindo, sem duvida de que será muito fácil termos UM LINDO DIA.