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domingo, 9 de janeiro de 2011

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Janeiras


Vamos cantar as janeiras

Tradição Portuguesa

Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro

Formatação: Iara Melo

Esta adorável tradição portuguesa vem do tempo dos romanos, que festejavam o deus Janos,o porteiro do Olimpo, o senhor das Entradas, que podia nos proporcionar um ano venturoso, exorcizando as energias impuras. Passaram os romanos, o deus Janos ficou relegado ao esquecimento, mas, ainda hoje é costume se desejar as “Boas entradas”entre amigos e conhecidos.

Os dicionários definem normalmente as Janeiras como “Cantigas de boas-festas por ocasião do Ano Novo”. Assim sendo, não podemos deixar de relacioná-las, com Janeiro, o primeiro mês do ano, assim chamado em honra do deus Jano (de janua = porta, entrada). Este deus ocupava um lugar muito importante na mitologia romana, sendo o seu nome invocado antes de Júpiter. Jano era o porteiro celestial, e, consequentemente, o deus das portas, que as abria e fechava, esperando-se a sua protecção na partida e no regresso. Considerado um deus dos começos, Jano era invocado para afastar das casas os espíritos funestos e não podia deixar de ser invocado no mês de Janeiro, começo do novo ano. Em sua honra aproveitariam os romanos para se saudarem uns aos outros. Parece, portanto, que as Janeiras, transmitidas de geração em geração, têm origem nesses cultos pagãos, que mais uma vez o cristianismo não conseguiu apagar, mas sim, assimilou nos seus ritos.

Esta tradição é antiquíssima e bem portuguesa. Ocorre em Janeiro, o primeiro mês do ano, daí o seu nome. Este mês era o mês do deus Jano, o deus das portas e da entrada e porteiro dos céus. Os Romanos ambicionavam que ele os protegesse e repelisse os maus espíritos e invocavam-no especialmente nas alturas de Janeiro. Então, o Imperador Caio Júlio César estabeleceu as datas limites deste mês e que o ano deveria começar nesta época. A partir desta altura tornou-se tradição os Romanos saudarem o início de um novo ano e aclamarem Jano com festejos, aproveitando também para se cumprimentarem uns aos outros, daí surgiu a tradição das "Janeiras". Foi esta tradição que o Cristianismo, não a conseguindo eliminar, adaptou-a acrescentando-lhe os autos pastoris que evocam a cena do nascimento de Jesus e episódios a ele ligados: Nossa Senhora e S. José; os anjos anunciadores da "Boa Nova"; a vaca e o burrinho; os pastores.
A tradição é que vizinhos, amigos, familiares, ..., normalmente jovens e daí alguns não tão jovens se agrupem e, na noite de Reis (6 de Janeiro), por vezes alastrando-se a outros dias do início do ano, andem pelas ruas da terra, cantando de «porta em porta» e desejem às pessoas um próspero ano novo. Habitualmente, alguns elementos tocam instrumentos normalmente tradicionais e folclóricos, como a pandeireta, os ferrinhos (triângulo), o tambor, a zabumba, o bombo, a flauta, a viola, o cavaquinho, o acordeão, mais raramente a gaita-de-foles, etc. As músicas utilizadas são tradicionais, embora a letra possa variar de terra para terra e também conforme o grupo. Previamente, a música e a letra são estudados, mas o grupo pode levar papéis para auxílio, nomeadamente o solista que cantará as quadras para além do refrão, enquanto que o coro o cantará. Terminada a canção numa casa, espera-se que os donos ofereçam as chamadas janeiras: castanhas, nozes, alguns frutos, enchidos, vinho, doces da época natalícia, etc. Por comodidade, actualmente é costume dar-se chocolates e dinheiro, embora isto seja considerado uma destradicionalização. No final do percurso, o grupo reúne-se e faz um convívio onde todos juntos comem aquilo que conseguiram, ou então, divide-se por todos e cada um segue o seu caminho. Nas aldeias mais pequenas era, e nalgumas ainda é, costume a divisão do grupo em grupos mais pequenos e como toda a gente se conhecia, em função dos moradores de determinada casa, eram escolhidas as quadras a cantar nesta.
Fonte: José Eduardo Rebelo

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
As Janeiras ou cantar as Janeiras é uma tradição em Portugal que consiste na reunião de grupos que se passeiam pelas ruas no início do ano, cantando de porta em porta e desejando às pessoas um feliz ano novo.
Ocorrem em Janeiro, o primeiro mês do ano. Este mês era o mês do deus Jano, o deus das portas e da entrada. Era o porteiro dos Céus e por isso muito importante para os romanos que esperavam a sua protecção. Era-lhe pedido que afastasse das casas os espíritos maus, sendo especialmente invocado no mês de Janeiro.
Era tradição que os romanos se saudassem em sua honra no começar de um novo ano e daí derivam as Janeiras. A tradição geral e mais acentuada, é que grupos de amigos ou vizinhos se juntem, com ou sem instrumentos (no caso de os haver são mais comuns os folclóricos: pandeireta, bombo, flauta, viola, etc.). Depois do grupo feito, e de distribuídas as letras e os instrumentos, vão cantar de porta em porta pela vizinhança.
Terminada a canção numa casa, espera-se que os donos tragam as janeiras (castanhas, nozes, maçãs, chouriço, morcela, etc. Por comodidade, é hoje costume dar-se chocolates e dinheiro, embora não seja essa a tradição).
No fim da caminhada, o grupo reúne-se e divide o resultado, ou então, comem todos juntos aquilo que receberam.
As músicas utilizadas, são por norma já conhecidas, embora a letra seja diferente em cada terra.

Vamos cantar as janeiras
Vamos cantar as janeiras
Por esses quintais adentro vamos
Às raparigas solteiras

Vamos cantar orvalhadas
Vamos cantar orvalhadas
Por esses quintais adentro vamos
Às raparigas casadas

Vira o vento e muda a sorte
Vira o vento e muda a sorte
Por aqueles olivais perdidos
Foi-se embora o vento norte

Muita neve cai na serra
Muita neve cai na serra
Só se lembra dos caminhos velhos
Quem tem saudades da terra

Quem tem a candeia acesa
Quem tem a candeia acesa
Rabanadas pão e vinho novo
Matava a fome à pobreza

Já nos cansa esta lonjura
Já nos cansa esta lonjura
Só se lembra dos caminhos velhos
Quem anda à noite à ventura

Vamos cantar as janeiras
Vamos cantar as janeiras
Por esses quintais adentro vamos
Às raparigas solteiras

Vamos cantar orvalhadas
Vamos cantar orvalhadas
Por esses quintais adentro vamos
Às raparigas casadas




Trabalho e pesquisa de Carlos Leite Ribeiro – Marinha Grande – Portugal